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LITÍGIO X MEDIAÇÃO

LITÍGIO X MEDIAÇÃO

CULTURA DO LITÍGIO X CULTURA DA MEDIAÇÃO: QUAL O CAMINHO PARA SOLUÇÕES DE CONFLITO NA ATUALIDADE?

Sou uma pesquisadora inquieta sobre formas de lidar com conflitos. Conheci a mediação na faculdade de Direito e lembro de ficar animada ao ouvir sobre outras formas de lidar com os conflitos que não o litígio. Só que a grande maioria dos currículos dos cursos de Direito no Brasil são elaborados com ênfase nas disciplinas relacionadas à cultura adversarial (ex. litígio e arbitragem). Com isso, tive poucas aulas sobre métodos consensuais de resolução de conflitos.

Hoje quero compartilhar algumas diferenças da mediação e do litígio. A ideia aqui é explorarmos as diferentes culturas. E por cultura, estou chamando um modo de ser, pensar, organizar e agir.

Na mediação, as partes decidem as suas próprias questões com o auxílio do mediador. No Direito, chamamos isso de autocomposição. No litígio, o juiz decide o conflito através de um processo judicial em que as partes são adversárias. Trata-se de heterocomposição.

A cultura do litígio compreende

  • visão negativa do conflito (conflito como um problema indesejável que será resolvido por um terceiro),
  • as partes como adversárias (partes estão em lados opostos e disputam entre si),
  • método adversarial (litígio, confronto, luta),
  • objetivo: vencer a todo custo e eliminar o conflito,
  • soluções tardias e com alto custo econômico e emocional

Já a mediação está inserida na cultura da cooperação e tem por características

  • visão do conflito como inerente à vida (expressão das divergências entre as partes),
  • partes trabalham juntas na busca por uma solução,
  • método cooperativo: mediação (condução do conflito a partir da reconfiguração das interações e comunicação entre as partes),
  • objetivo: atender os interesses das partes cuidando das diferenças entre elas,
  • levar em consideração os conteúdos emocionais presentes na relação da pessoas,
  • co-criação de soluções, acordos e consensos.

Acredito que a mediação pode transformar os conflitos através do cuidado com a escuta das dores, afetos e necessidades das pessoas.

Cada vez mais a internet afeta a forma como nos relacionamos e vivemos. Estamos hiperconectados em uma grande rede. Essa nova convivência humana demanda outra forma de lidar com os conflitos que não o do confronto e luta. Por isso, penso necessária a mudança da cultura adversarial para cooperativa.

É impossível eliminar os conflitos. A mediação é um bom caminho para lidar com as divergências e gerenciar mudanças. Que tal começar hoje mesmo a praticar boas conversas?

Quero te convidar para dialogarmos sobre esse tema e explorarmos como aplicar essas práticas da mediação de conflitos. Vou ficar muito feliz de te ouvir e iniciar esse diálogo com você. Então, conecte-se a nós e vamos continuar estas conversas para ação.

Fontes:

Echeverría, Rafael. Ontología del Lenguage. JCSáez Editor, 2008.
Malhadas Junior, Marcos Júlio Olivé, Psicologia na Mediação. LTR, 2014.
Mariotti, Humberto. Automatismo concordo-discordo e as armadilhas do reducionismo. Instituto de Estudos de Complexidade e Pensamento Sistêmico (www.geocities.com/complexidade), 2000.
Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta. Editora Ágora, 2006.
Ury, William. Como chegar ao Sim. Solomon Editores, 2014.